A Rua – Torquato Neto - Cultura Brasil

     

Torquato Neto  

9 novembre 1944, Teresina 
10 novembre 1972, Rio de Janeiro 

I libri di Torquato Neto sono acquistabili su: Amazon 


A Rua 
    
Toda rua tem seu curso 
Tem seu leito de água clara 
Por onde passa a memória 
Lembrando histórias de um tempo 
Que não acaba 
De uma rua, de uma rua 
Eu lembro agora 
Que o tempo, ninguém mais 
Ninguém mais canta 
Muito embora de cirandas 
(Oi, de cirandas) 
E de meninos correndo 
Atrás de bandas 
Atrás de bandas que passavam 
Como o rio Parnaíba 
Rio manso 
Passava no fim da rua 
E molhava seus Lajedos 
Onde a noite refletia 
O brilho manso 
O tempo claro da lua 
Ê, São João, é, Pacatuba 
Ê, rua do Barrocão 
Ê, Parnaíba passando 
Separando a minha rua 
Das outras, do Maranhão 
De longe pensando nela 
Meu coração de menino 
Bate forte como um sino 
Que anuncia procissão 
Ê, minha rua, meu povo 
Ê, gente que mal nasceu 
Das Dores, que morreu cedo 
Luzia, que se perdeu 
Macapreto, Zê Velhinho 
Esse menino crescido 
Que tem o peito ferido 
Anda vivo, não morreu

Ê, Pacatuba 
Meu tempo de brincar já foi-se embora 
Ê, Parnaíba 
Passando pela rua até agora 
Agora por aqui estou com vontade 
E eu volto pra matar esta saudade 
Ê, São João, é, Pacatuba 
Ê, rua do Barrocão.

La Strada 

Tutte le strade hanno il loro corso 
Il loro letto d’acque chiare 
Dove passa la memoria 
Ricordando storie di un tempo 
Che non finisce 
Di una strada, di una strada 
Io ricordo adesso 
Che il tempo, nessuno più 
Nessuno più canta 
Nonostante le cirandas1 
(Oi, le cirandas) 
E i ragazzini correndo 
Dietro le bande 
Dietro le bande che passavano 
Come il fiume Parnaiba 
Fiume calmo 
Passava alla fine della strada  
E bagnava la sua pavimentazione 
Dove la notte rifletteva 
Il brillio calmo 
Il tempo chiaro della luna  
E’ Sao Joao, è, Pacatuba 
E’, strada do Barrocao 
E’, Parnaiba che passa 
Separando la mia strada 
Dalle altre, del Maranhao 
Da lontano pensando a lei 
Il mio cuore da ragazzino 
Batte forte come una campana 
Che annuncia la processione 
E’, la mia strada, il mio popolo 
E’, gente che nemmeno nacque 
Das Dores, che morì presto 
Luzia, che si perse 
Macapreto, Zé Velhinho 
Questo bambino cresciuto 
Che ha il petto ferito 
Vaga vivo, non è morto  
  
E’, Pacatuba 
La mia epoca di giocare già è andata via 
E’, Parnaiba 
Passando per la strada ancora oggi 
Adesso sto qui con la voglia 
E ritorno per ammazzare questa saudade 
E’, Sao Joao, è, Pacatuba 
E’ strada do Barrocao

 Torna alla scheda dell’autore

 TORQUATO NETO

*traduzione non ufficiale

TORQUATO NETO. Os últimos dias de paupéria: do lado de dentro. Org. Ana Maria S. de Araújo Duarte e Waly Salomão. 2.ed. rev. e aum. São Paulo: M. Limonad, 1982

1 – delle canzoni infantili

Pages