Poema Relativo
Vieni, o
Tanto amata
Vicino alla mia casa
Non ci sono uccellini che pena!
Ma le palme fanno,
Quando il vento passa,
Un suono che a volte sembra
Un batti batti d'ali.
Immagina, tanto amata,
Se il vento non soffia,
Possono arrivare le farfalle
Alla ricerca delle mie brocche
Dove ci sono fiori curvi,
Tanto curvi che sembra che ascoltino.
Tutti gli uomini hanno le loro credenze,
O tanto amata:
- quelli che pregano per l'amore del prossimo
e quelli che pregano per la sua morte
Ma tutto è piccolo
E leggero nel mondo, o amata.
Se il clamore dei disgraziati
E' ogni volta più intenso!
Vieni, o tanto amata
Vicino alla mia casa
C'è un ruscello anche tranquillo.
E i tuoi passi possono andare calmi
Per i cammini:
- qui non c'è l'ansia
di attraversare l'asfalto
Vieni, o tanto amata,
Perché come ti dissi
Se non ci sono uccellini nel mio parco,
Può essere, che se il vento
Non soffia forte
vengano le farfalle.
Tutto è relativo
E incerto nel mondo.
Anche le tue sopracciglia
Sembrano delle ali aperte.
Jorge de Lima
Poema Relativo
Vem, ó
bem-amada
Junto à minha casa
Tem um regato (até quieto o regato).
Não tem pássaros que pena!
Mas os coqueiros fazem,
Quando o vento passa,
Um barulho que às vezes parece
Bate-bate de asas.
Supõe, ó bem-amada,
Se o vento não sopra,
Podem vir borboletas
À procura das minhas jarras
Onde há flores debruçadas,
Tão debruçadas que parecem escutar.
Todos os homens têm seus crentes,
Ó bem-amada:
- os que pregam o amor ao próximo
e os que pregam a morte dele.
Mas tudo é pequeno
E ligeiro no mundo, ó amada.
Só o clamor dos desgraçados
É cada vez mais imenso!
Vem, ó bem-amada.
Junto à minha casa
Tem um regato até manso.
E os teus passos podem ir devagar
Pelos caminhos:
- aqui não há a inquietação
de se atravessar o asfaalto
Vem, ó bem-amada,
Porque como te disse
Se não há pásssaros no meu parque,
Pode ser, se o vento
Não soprar forte
Que venham borboletas.
Tudo é relativo
E incerto no mundo.
Também tuas sobrancelhas
Parecem asas abertas.