Rio de Janeiro e Nápoles - Gonçalves de Magalhaes - Cultura Brasil

Rio de Janeiro e Nápoles - Gonçalves de Magalhaes

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Rio de Janeiro e Napoli

Niteroi! Niteroi! Come sei formosa!
Mi ricopro di gloria nel doverti la culla!
Montagne, valli, laghi, mari, isole,
Prolifica natura, cielo sorridente,
Leghe e leghe di tanti prodigi,
In un tutt'uno tanto armonico e sublime,
Dove gli occhi osserveranno lontano da questo Eden?
Non sei così bello, ceruleo golfo
Dove la bella Partenope si specchia,
Tanto ridente ed animata come una sposa
Nel giorno nuziale lieta si prepara
Per incantare di più gli occhi dello sposo!
Non sei tanto bello così, quando torrenti
Di purissima luce vanno smaltando
Le tue magiche rive, unite
In eleganti città, palazzi
Tra boschetti e profumati luoghi tranquilli
E colline di gloriose rovine
Della grandezza romana, che ancora piangi
O quando nel tuo cielo voluttuoso,
Dove l'aria profumata ispira amore
Tra i ceri delle notti biancheggia la luna,
Nel mare mostrando lontano la bella Capri
E la nostalgica Sorrento, dove i miei occhi
Immaginano di vedere ancora bambino l'egregio Tasso,
Giocando all'ombra di fitti allori;
O lo stesso quando, imprevedibile, a volte,
il tuo monte vulcanico, contrastando
La mitezza della dolce natura,
Chiassoso tuonando e spaventando,
Dalle sulfuree profondità lancia
Dalla bocca infernale, avvolta dal fumo,
Alti flussi di lava infiammata,
Come ardenti colonne crepitanti,
Che si frantumano nell'aria e si rompono in piogge,
E una sull'altra cadono in cascata
E torrenti di fuoco, che vanno leccando
Il suo dorso, colorando di rosso le nubi.
Il mio patrio Niteroi ti supera nel fasto,
Nella grandezza senza pari di molto ti supera!



Rio de Janeiro e Nápoles

Niterói! Niterói! como és formosa!
Eu me glorio de dever-te o berço!
Montanhas, várzeas, lagos, mares, ilhas,
Prolífica natura, céu ridente,
Léguas e léguas de prodígios tantos,
Num todo tão harmônico e sublime,
Onde os olhos verão longe deste Éden? 
Não és tão belo assim, cerúleo golfo
Onde a linda Partênope se espelha,
Tão risonha e animada como a noiva
No dia nupcial leda se arreia 
Para mais encantar do esposo os olhos!
Não és tão belo assim, quando torrentes
De puríssima luz vão esmaltando
Tuas mágicas ribas, apinhadas
De garbosas cidades, de palácios
Entre bosquetes e odorosas tempes, 
E combros de ruínas gloriosas
Da romana grandeza, que inda choras;
Ou quando no teu céu voluptuoso,
Onde o ar perfumado amor inspira
Entre os círios da noite alveja a lua,
No mar mostrando ao longe a bela Capri
E a saudosa Sorrento, onde meus olhos
Cuidam ver inda infante o egrégio Tasso,
Brincando à sombra de frondosos louros; 
Ou mesmo quando, inopinado, às vezes,
O teu vulcano monte, contrastando
A brandura da doce natureza,
Horríssono troando e estremecendo,
Das sulfúreas entranhas arremessa
Pela boca infernal, de fumo envolta,
Altos jorros de lavas inflamadas,
Como ardentes colunas crepitantes,
Que estalam no ar e rompem-se em chuveiros, 
E umas sobre outras caem em catadupas
E torrentes de fogo, que lambendo
Vão o seu dorso, avermelhando as nuvens.
Meu pátrio Niterói te excede em galas,
Na grandeza sem par muito te excede!

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