O Chamado das Pedras - Cora Coralina - Cultura Brasil

O Chamado das Pedras - Cora Coralina

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La Chiamata delle Pietre

La strada è deserta.
Cammino da sola.
Nessuno mi aspetta lungo il tragitto.
Nessuno accende la luce.
Il vecchio lume ad olio
 si è spento già da molto.

La camminata....
Tutto deserto.
La lunga camminata.
La lunga notte oscura.
Nessuno mi tende la mano.
E le mani lanciano pietre.
Sola...

Sbagliata la strada.
Al freddo, al buio, all'abbandono.
Tocco intorno a me e cerco la luce.
I miei occhi sono chiusi.
I miei occhi sono ciechi.
Vengono dal passato.

In un urlo di dolore.
In uno spasmo di agonia
Ascolto un vagito di neonato.
E' mio figlio che è appena nato.

Sola...
Sulla stada deserta,
A cercare sempre,
il tempo perduto che è rimasto indietro.

Del tempo perduto.
Del tempo passato
ascolto la voce delle pietre:

Torna... Torna... Torna...
E le colline mi aprivano
Immense braccia vegetali.

E le campane delle chiese
Che ascoltavo a distanza
Dicevano: Vieni... Vieni... Vieni...

E le rolinhas fogo-pagou*
dai vecchi tetti:
Perchè non sei tornata...
Perchè non sei tornata...
E l'acqua del fiume che correva
Chiamava... Chiamava...

Vestita di capelli bianchi
Sono ritornata da sola alla vecchia casa deserta.

*uccello appartenente alla famiglia dei colombidi


O chamado das Pedras

A estrada está deserta.
Vou caminhando sozinha.
Ninguém me espera no caminho.
Ninguém acende a luz.
A velha candeia de azeite
de lá muito se apagou.

A caminhada ...
Tudo deserto.
A longa caminhada.
A longa noite escura.
Ninguém me estende a mão.
E as mãos atiram pedras.
Sozinha...

Errada a estrada.
No frio, no escuro, no abandono.
Tateio em volta e procuro a luz.
Meus olhos estão fechados.
Meus olhos estão cegos.
Vêm do passado.

Num bramido de dor.
Num espasmo de agonia
Ouço um vagido de criança.
É meu filho que acaba de nascer.

Sozinha...
Na estrada deserta,
Sempre a procurar
o perdido tempo que ficou pra trás.

Do perdido tempo.
Do passado tempo
escuto a voz das pedras:

Volta...Volta...Volta...
E os morros abriam para mim
Imensos braços vegetais.

E os sinos das igrejas
Que ouvia na distância
Diziam: Vem... Vem... Vem...

E as rolinhas fogo-pagou
Das velhas cumeeiras:
Porque não voltou...
Porque não voltou...
E a água do rio que corria
Chamava...chamava...

Vestida de cabelos brancos
Voltei sozinha à velha casa deserta.

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