Urubu e Sabià – Rubem Alves - Cultura Brasil

Urubu e Sabià – Rubem Alves

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Rubem Alves   

15 settembre 1933, Boa Esperança, Minas Gerais  

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Urubu e Sabià

“Tutto accadde in una terra distante, nell’epoca in cui gli animali parlavano…Gli urubu, uccelli per natura propensi alla vita accademica, ma senza grandi doti canore, decisero che, sebbene contro natura, dovessero diventare grandi cantanti. E per questo motivo fondarono scuole e introdussero professori, facevano i gargarismi do re mi fa, stampavano diplomi e fecero delle competizioni tra loro, per vedere quali sarebbero stati i più importanti e quali avrebbero avuto il permesso di comandare sugli altri. Fu così che organizzarono concorsi e si diedero nomi pomposi e il sogno di ogni urubuino, a inizio carriera istruttore, era diventare un rispettato urubu titolare che doveva essere chiamato da tutti Vostra Eccellenza. Tutto andava molto bene sino a quando la dolce tranquillità della gerarchia degli urubu venne messa in discussione. La foresta venne invasa da bande di cardellini chiacchieroni, che giocavano con i canarini e facevano serenate ai sabià…I vecchi urubu storsero il becco, il rancore increspò la fronte e convocarono i cardellini, i sabia e i canarini per un’indagine.
- Dove sono i documenti del vostro concorso? E i poveri uccellini si guardarono perplessi, perchè non avrebbero mai immaginato che sarebbero accadute certe cose. Non avevano frequentato scuole di canto, perchè il canto nacque con loro. E mai esibirono un diploma per mostrare che sapessero cantare, ma cantavano semplicemente…
- No, così non può andare. Cantare senza il titolo dovuto è mancanza di rispetto all’ordine. E gli urubu, in unisono, espulsero dalla foresta gli uccellini che cantavano senza autorizzazione…

MORALE: In terra di urubu diplomati non si ascolta il canto del sabià”


Urubus e sabiás

"Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa , e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
— Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...
— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá."
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 RUBEM ALVES

*traduzione non ufficiale

Estratto dal libro "Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares", editora Ars Poetica — São Paulo, 1995, pág. 81.

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